segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Identidade e pertença: uma confissão secreta.


Já tenho comentado aqui o desinteresse que tenho por preservar uma suposta tradição cultural galega, espanhola ou qualquer outra. Penso que os problemas que todas as culturas humanas tentam resolver é o da identidade humana, com maior ou menor fortuna. Esta identidade humana, que vem a significar que o homem deve ser igual a si mesmo, pode resultar uma quimera quando se interpõe preconceitos culturais que tentam promover uma determinada etnia, religião ou ideias políticas. Todas estas formas o que querem são quotas de poder ou bem promover discussões bizantinas e intermináveis. Enfim, cada quem ao seu negócio.

Há muitos anos Lluis Vicente Aracil ofereceu-me duas pistas sobre o que eram duas actitudes vitais fundamentais: a casa e o cárcere. E como os discursos, as intenções, os estilos, a vida mesma tendia a organizar-se desde estas duas experiências básicas. Não me explicou muito mais, só me disse que pensasse como se controlavam as entradas e as saídas numa e noutra. Era tudo. Pensei nisso muito e muito. Eu era muito novo e tive sorte de conhecer a Aracil nessa idade em que tudo se absorve. Guardarei uma gratidão imensa para com ele toda a minha vida. E isso fez-me afastar dos nacionalismos e outras seitas similares "a fume de caroço".

Amo muitas cousas da minha cultura galega e espanhola mas não tenho sentimentos de propriedade nem de representatividade. Não pretendo "salvar" cultura nenhuma nem lutar contra os "malvados" e outras bestas negras que supostamente são causantes dos males que muitos se arriscam a diagnosticar. Não, francamente sou pouco combativo nesse sentido. De maneira que os autênticos malvados podem pôr-se a tremer. E com toda a sinceridade o digo, aqui não há brincadeira nenhuma.

Presumir disto e daquilo avergonha um pouco, mesmo que seja mantido como um segredo do coração. Não pensáis, amigos?

Entretanto, amigo, sorri.

Smile though your heart is aching/Smile even though its breaking/When there are clouds in the sky, youll get by/If you smile through your fear and sorrow/Smile and maybe tomorrow/Youll see the sun come shining through for you//Light up your face with gladness/Hide every trace of sadness/Although a tear may be ever so near/Thats the time you must keep on trying/Smile, whats the use of crying?/Youll find that life is still worthwhile/If you just smile//Thats the time you must keep on trying/Smile, whats the use of crying?/Youll find that life is still worthwhile/If you just smile.


1 comentário:

Casteleiro disse...

Extraordinário, keep on trying, my friend.

Agradecido por estas palavras que fazem nascer aquele bocadinho de vida, aquele amor que tantos vimos flutuar no ar das consciências, e não achava mesmo como vir à luz, como adentrar no mundo e andar.