O imperador da China encontrava-se à beira da morte. Os sábios e médicos da corte procuravam uma solução mas o homem piorava. A situação era políticamente instável e alguns ministros tomaram a decisão de procurar um médico fora dos muros da corte. Decisão muito arriscada mas que foi necessária dada a difícil situação que atravessava a nação.
Pouco depois os espiões do reino chegavam com a informação de que um escuro médico de um bairro da cidade de Pekim podia ser o homem que precisavam. - Que venha imediatamente- disse o primeiro ministro. Já tinha que estar aqui! E aí podéis ver um homem de mediana idade, de cabelos grisalhos, aspeito singelo e modos naturais, sem afectação alguma. Era como se a presença na corte o intimidasse mas, ao meso tempo, não lhe causasse impressão. Estranho paradoxo que tem uma explicação: ao seu lado os homens pareciam vulgares e isso avergonhava-o. Era como se interiormente disesse: - Desculpem, não foi ideia minha o de estar aqui. Não quero incomodar os seus assuntos.
Por outro lado podia sentir a inveja e a expectação malevolente dos cortesãos. Bem, o caso é que o médico achegou-se ao imperador e deu-lhe a beber uma poção, que renovou durante três dias.
Mas não houve sorte, pois o imperador foi informado de que o médico oculto acabava de falecer. Todos olharam para o irmão, ainda presente. Este falou: - Agora compreendo as palavras do meu irmão quando dizia que na verdadeira medicina era o médico o que pagava.