Há uma maldição de tradição cigana que diz “Tengas pleitos y los ganes”. Os galegos sabemos de pleitos, somos dados a isso. Eu mesmo ando envolvido num com uma construtora. São algo que nos muda o humor e que nos obriga a descer a um terreno emaranhado e “humano”. Mas é preciso justamente nestas situações tomar as cousas com filosofia e, sobretudo, não perder o sentido do humor.
Já relatei como o meu avô me tinha contado estórias nas que um galego era Nasrudin. A estória que vou relatar agora contou-ma muitas vezes. Tem como protagonistas a um galego e ao ministro Montero Ríos (também galego). Esta mesma estória pode ser encontrada em algum dos livros de Idries Shah sobre o Mullah Nasrudin.
A JUSTIÇA
Montero Rios levava o pleito de um paisano que vivia em Madrid. A cousa estava difícil e as possibilidades de ganhar eram poucas. O paisano teve uma ideia:
- Não pensa que se fizermos um regalinho ao juiz a cousa podia mudar.
- Nem falar. O juiz é castelhano, um homem recto e insubornável. Se fizer isso perde o pleito. Nem se lhe ocorra.
- Está certo disso?
- Absolutamente.
Vão ao pleito e ganha o galego. Montero Ríos confessa-se:
- Não esperava que ganhássemos, sinceramente. Estou surpeendido.
- Se não for pelo regalinho...
- Como? Está-me a dizer que lhe fez o regalinho ao juiz?
- Fiz, mas em nome do outro.
-Porquê os galegos respondéis a uma pergunta com outra pergunta?
- Fazemos isso?
1 comentário:
A verdade que eu xa podería haber sido máis galega, como Nasrudin.
Gracias polo teu comentario.....tocaba día de recordos e da nostalxia daquelo que xa sabes nunca máis vivirás......parece que facerse maior costa moito máis que todo o que sobre elo podes falar, filosofar, poetizar.......
Biquiños
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