Um dos meus avôs, Rafael, contou-me muitas vezes esta história que, como já referi noutra ocasião, poderia ser do Mullah Nasrudin.
Dous homens estão a rematar o almoço. Trata-se de um almoço de negócios: um é tratante de cavalos e outro de burros mas isto não é importante. O caso é que chega a hora da sobremesa e duas maçãs se encontram à espera de serem comidas. São vermelhas, carnosas, apetitosas.
O tempo passa mas as maçãs continuam sem serem apanhadas. A conversa deriva sobre temas quase esotéricos: os costumes dos burros do interior e as suas manias, a história da mula que quando lhe perguntaram que classe de animal era respondeu que o seu pai era um cavalo, e toda uma série de contos e pequenas histórias enovelados e sem fim.
As maçãs, solitárias e no meio da mesa, continuavam sem comer mas, de súbito, o galego alongou o braço e apanhou uma: era grandiosa, imensa e vermelha.
No prato ficava uma maçã formosa mas muitíssimo mais pequena. O companheiro indignou-se:
- Parece mentira. Não esperava isso de ti. Que educação recebeste?
- De que me falas?
- Como apanhas a maçã mais grande? Quando se viu semelhante cousa?
- E tu que farias?
- Evidentemente colheria a pequena.
- Pois aí está!
1 comentário:
Lindas hitorias en tu blog, gusto de leerlas, disculpas por escribir en español, espero que me entiendas, es mucho más trabajoso para m´escribir en portugués. Beijo
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