Consideremos o uso da palavra PODER. Que imagem, que definição aparece na mente das pessoas quando esta palavra é utilizada? O controle, a manipulação das vontades, a livre disposição sobre seres e objectos, a capacidade de dar morte, o monopólio e o uso da violência e, em definitivo, toda uma série de rasgos que, se nos fixarmos neles, têm em comum uma característica:
a negação.
Isto é patente nos discursos políticos, na maneira em que o poder actua como uma forma de representação. Sempre me admirou o carácter simbólico e puramente ficional do poder. Quando se fala de poder nestes termos do que em realidade se está a falar é de IMPOTÊNCIA. E é curiosa a inversão semântica. Curiosa como tamanha irrealidade banal possa ter tal predicamento. Foi Espinoza o que compreendeu este conceito de poder como medo e superstição, como negação do ser.
Mas existe o poder como uma realidade positiva, real, dadora e criadora de vida. Desde o crescimento de una planta ao desenvolvimento de uma criança, o poder inerente da natureza. O poder como harmonia e como amor: um poder que consiste em saber a inanidade da morte e o sem-sentido de toda pretensão de domínio.
Um domínio que se baseia na velada ou patente ameaça de "dar morte".
Como se isso fosse possível!
1 comentário:
A jornalista Ana Liste entrevistou uma vez a uma meiga (uma bruxa) galega e esta disse-lhe:
- Ai, rapariga, tu estás mui mal. Acreditas no demo pero não em Deus.
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