De novo de volta. Espero iniciar uma etapa na que pequenas histórias, reflexões e comentários possam ser incluídos cada dia ou quase. Não grandes textos, ou algum de vez em quando, mas uma continuidade baseada em acontecimentos quotidianos e diários. Enfim, aqui vai a pequena história de hoje, que tem a sua miga:
Um homem de certo conhecimento tinha um bom amigo que não compreendia certas acções suas que pareciam envolvê-lo sempre em situações críticas, que limitavam a sua reputação e credibilidade, fazendo-se alvo de ataques virulentos ou bem de uma hostilidade velada mas ainda mais nociva. Um bom dia este amigo, cansado já, pediu-lhe que lhe explicasse este comportamento seu, porque começava a vê-lo como uma eiva de difícil justificação. E o que num princípio admirava era visto já como uma fraqueza.
O homem respondeu com singeleza:
- Não pensas que é melhor, também para eles, que me ataquem a mim e não ao primeiro inocente que se encontrem por aí!
2 comentários:
É, é.
Benvindo, compatriota destes exílios, tão doces, tão amargos, que cantava o Ibn 'Arabi.
Ao meio desta conjura dos néscios da vida quotidiana, de que não sei tu mas eu faço parte, talvez não tanto como néscio -por aprendiz de aprendiz- mas até como Galego (nessa acepção que algum incorrecto, embora a derrogação, defendia) ou, melhor, desde a helénica idiotia -aquela expressão com que em Atenas se desprezava a quem se apartasse da vida pública. Ao meio desta conjura em que todos queremos ser mestres, inocentes e correctos: e a tantos outros colocamos à parte como leigos, culpados, incorrectos; como se não se tratasse de uma tentativa de apartarmos os nossos próprios fantasmas, com tanto sucesso como quem tenta afastar-se da própria sombra.
Aqui, ao meio, agradeço-te, amigo, a tua generosidade, e, de eu não ter tanto barulho dentro, tanto ego, para além de alguma luz, te acompanhava.
E, de facto, cá estou.
Um abraço.
Obrigado, Pedro, pelas tuas generosas palavras. Um abraço.
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