sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Diferença e normalização

Roda do Dharma

O pensamento e a estrutura essencial da filosofia autêntica é unitiva mas dentro de um paradoxo. É uma unidade da experiência e da essência, não da forma. A tentativa de construir analogias, de fazer que as cousas se pareçam e se identifiquem é uma tendência humana compreensível mas é também uma forma de limitar a compreensão

É uma tendência humana estabelecer etiquetas e homologias. Para algumas pessoas não ter algo classificado ou situado é todo um problema em si mesmo.

Existe a ideia de que a comunicação se produze homogeneizando mais. De esta maneira para muitos "as minorias" são um "problema". Se só tivermos uma língua a comunicação seria mais fácil, pensam alguns. O que não pensam é que tipo de incomunicação foi necessária para produzir a imposição de uma única língua.

Tudo isto está relacionado com o processo normalizador do mundo moderno. Normalizar é reduzir a estruturas mensuráveis e homogêneas a diversidade intrínsica do real. Existe uma ilusão de totalidade e universalismo abstracto que literalmente exclui, elimina e cega às pessoas obrigando-as a ter como princípios absolutos umas bases economicistas e predatórias. O roubo e o assassinato são, desde esta perspectiva, uma solução.

Em todo o caso a realidade é a que é e não a que gostariamos que fosse, com toda a sua diversidade e com todos os seu direitos inerentes. E por mais que alguns, ainda que sejam muitos, se empenhem em dizer como são as cousas, as cousas simplesmente são sem conotações e valores.

Sempre pergunto aos meus alunos, em algum momento, qual é o sentido de jogar limpo num jogo. Que se ganha e que se perde se o não fizermos.

A pergunta tem miga. É necessário saber de economia, o básico.


Em última instância a ética é uma lógica pura. Como disse um mestre tibetano que conheci:


- Chegamos à iluminação por pura lógica.


- E o amor, a compaixão, e tudo isso- perguntou alguém


- Oh!, isso é a lógica mais estrita e pura.


E Sócrates não pensava diferente.



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